A FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, estabeleceu parcerias com fundos de investimento, plataformas de equity crowdfunding e redes de investidores-anjo para diversificar e ampliar as fontes de financiamento das empresas de base tecnológica apoiadas pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).
Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo (CTA) da FAPESP, explicou durante o PIPE Day, que a iniciativa visa fortalecer o apoio financeiro às empresas inovadoras intensivas em tecnologia, complementando as ações já realizadas através do PIPE e outros instrumentos da instituição.
No último ano, a FAPESP aderiu aos fundos Criatec 4 e Indicator 2 IoT, financiados pelo BNDES e com participação de investidores públicos e privados, comprometendo-se com um aporte de R$ 30 milhões em cada um por um período de quatro a cinco anos. Esses recursos serão direcionados a empresas ligadas ao PIPE.
O Criatec 4 focará em investir em 25 a 35 empresas por todo o Brasil, destacando-se em áreas como cidades sustentáveis, educação, saúde, tecnologias verdes, fintechs, cidadania e gestão pública. Por sua vez, o Indicator 2 IoT, administrado pela Indicator Capital, possui um portfólio robusto de investimentos em startups de IoT, com um valor médio de rodada de investimento de R$ 8,5 milhões.
Além dos fundos de investimento, as empresas que participam do PIPE-FAPESP, seja como egressas ou com projetos em andamento, também poderão buscar investimentos em plataformas de investimento participativo, como EqSeed e Captable.
A EqSeed, que captou mais de R$ 90 milhões para 57 empresas, realiza rodadas de investimento em startups através de ofertas públicas de valores mobiliários em um ambiente digital regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Brian Begnoche, sócio-fundador da EqSeed, destacou que a plataforma facilita investimentos ágeis e com menos burocracia, conectando startups a uma base de mais de 75 mil investidores. A plataforma já realizou seis exits, gerando um retorno superior a 40% aos investidores.
Por sua vez, a Captable foca em rodadas de investimento que variam de R$ 1 milhão a R$ 5 milhões. Marcos Magnus, head de análise da plataforma, enfatizou que já foram captados mais de R$ 100 milhões em 71 rodadas, com uma média de captação de recursos em 45 dias. A Captable busca startups com potencial de escalabilidade, com MVP e PMF validados e prontas para iniciar tração.
Essas plataformas representam alternativas estratégicas para startups em busca de financiamento, oferecendo flexibilidade e acesso rápido a capital em diferentes estágios de desenvolvimento.
Outra opção de investimento para startups do PIPE são redes de investidores-anjo como Anjos do Brasil e FEA Angels.
A Anjos do Brasil possui uma rede de 550 investidores que já realizaram mais de 200 investimentos e avaliaram mais de 10 mil startups. Startups interessadas precisam ter um MVP, protótipo validado, vendas iniciais e crescimento demonstrado.
A FEA Angels, por sua vez, conta com 150 investidores e já investiu mais de R$ 5 milhões em 50 startups nos últimos cinco anos. Além do capital financeiro, oferecem inteligência e conexões estratégicas.
Tomás Bruginski, gerente de relações institucionais da FAPESP, explicou que a fundação não investe diretamente nessas redes, mas facilita a aproximação das startups do PIPE com esses parceiros.
Startups que captarem investimentos mínimos de R$ 100 mil por meio dessas redes podem solicitar aporte suplementar da FAPESP pelo PIPE Invest, de até R$ 1,5 milhão para pesquisa.
Fonte: FAPESP